terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O NAUFRÁGIO DO NAVIO-MOTOR PORTUGUÊS “TAGUS” NA COSTA DE MOÇAMBIQUE

O TAGUS na doca nº 1 do porto de Leixões, década de 50 / F. Cabral, Porto /

O TAGUS encalhado e despedaçado na costa de Moçambique / jornal O Comércio do Porto /.

TAGUS  Imo 1165704/ 68,37m/ 1.107tb/ 10 nós; 04/1938 entregue por A. Vuijk & Zonen, Capelle a/d Ijssell, como THIXENDALE a Atkinson & Prickett, Ltd., Hull; 19/05/1939 TAGUS, Companhia Nacional de Navegação, Lisboa, tendo sido empregue no tráfego "feeder" costeiro da costa de Portugal e mais tarde do território de Moçambique; 10/03/1963 TAGUS, naufragou por encalhe seguido de explosão e incêndio a 15 mn a norte de Inhambane, Moçambique, pelo que foi considerado perda total constructiva, tendo havido três vítimas Africanas da tripulação, sendo os restantes europeus e africanos salvos por um navio sul Africano, cujo capitão era de nacionalidade portuguesa. Gémeo navio-motor Inglês COXWOLD construído pelo estaleiro Goole Shipbuilding & Co., Ltd, Goole, para o mesmo armador do THIXENDALE. Nos primeiros anos do pós-guerra, o COXWOLD foi um visitante regular aos portos de Lisboa e Douro/Leixões, no tráfego com os portos de Middlesbrough e Hull.
Fontes: Jornal O Comércio do Porto; Miramar Ship Index.
Rui Amaro

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domingo, 16 de fevereiro de 2014

RECORDANDO O NAUFRÁGIO DO NAVIO-MOTOR “SAVE” NA COSTA DE MOÇAMBIQUE EM 07/1961

 O SAVE demandando o porto de Leixões em 1953 / (c) Foto Mar, Leixões /.

O SAVE transformado numa gigantesca e trágica fogueira / Jornal de Noticias /.

Compungidamente assinalou-se nas páginas do Jornal da Marinha Mercante, o naufrágio no litoral de Moçambique, do navio-motor SAVE, da Companhia Nacional de Navegação, que sofreu um golpe na sua frota, constituindo trágico acontecimento para a Marinha Mercante Nacional.
Nas suas viagens de rotina e exercício de cabotagem, o SAVE saíra no dia 29 de Junho de Lourenço Marques para os portos do norte da Província com carregamento completo, e 550 passageiros e 53 tripulantes. A maioria dos viajantes era constituída por trabalhadores nativos que regressavam às suas terras, após serviço nas minas do Transval; mas tinha também embarcado um contingente militar, composto por 55 soldados e cabos europeus e 167 soldados nativos, sob comando dum alferes.
na sexta-feira, 7 do corrente, o navio depois de escalar o porto da Beira, onde deixara parte da carga e outra embarcara, ao fazer rumo a Quelimane, e quando estava a cerca de dez milhas deste porto, encalhou num banco de areia em frente do rio dos Bons Sinais. O comandante do SAVE, capitão da Marinha Mercante Mário Nobre Vieira, informou para os portos próximos e solicitou socorros.
Para o local assinalado partiu da Beira o rebocador SOFALA e do Chinde o rebocador TEMBE. A tripulação do SAVE conseguiu safar o navio pelos seus próprios meios; mas pouco tempo decorrido, por virtude da agitação do mar, o navio foi novamente impelido para outro banco de areia.
Verificou-se que, por um rombo, o barco estava a meter água, pelo que foi julgado prudente desembarcar os passageiros. A invasão da água provocou um curto-circuito num porão onde seguiam alguns tanques de combustível; aberta uma escotilha por onde se infiltrava fumo, os gases comprimidos provocaram uma explosão que matou imediatamente o imediato do navio António Esteves Coelho, quatro tripulantes europeus e abalou o navio de popa à proa, destroçando anteparas e pavimentos vitais.
Deu-se o natural pânico, ao verificar-se o navio em chamas, na sua crítica posição. Muitos dos passageiros não aguardaram tomar as baleeiras e saltaram para o mar, confiados em poder chegar a terra, que não estava longe. As vagas continuavam alterosas; a primeira baleeira conseguiu chegar â costa com os náufragos, mas a segunda foi desfeita pelo mar de encontro ao costado do SAVE, morrendo todos que nela se encontravam.
O local do litoral onde se verificou o sinistro é dos mais inóspitos, pois a praia é rodeada de pântanos e mangais, impedindo, praticamente, o seu acesso pelo lado de terra.
Aos pedidos de socorro, além dos rebocadores citados, acudiram os navios LIAZI, CHAIMITE e ANGOCHE, mas destas unidades se mostrou também impraticável qualquer auxílio, dada a agitação do mar. Por via aérea, porém, foi possível a algumas avionetas localizar o sítio alcançado pelos náufragos e aterrar na praia, para embarcar aqueles que mais urgentemente necessitavam de transporte, por terem sofrido queimaduras. Foram especialmente os aviões do Aero Clube de Quelimane que se distinguiram nessa humaníssima faina, mas outros aparelhos sobrevoaram a área onde se deu a tragédia, um deles conduzindo o governador-geral sr. almirante Sarmento Rodrigues, que viajando no norte da Província, para ali se dirigiu a fim de tomar conhecimento do ocorrido.
Entre outras autoridades que se encontraram no local figuravam o governador do distrito da Zambézia, comandante Daniel Rocheta, que na praia dirigiu os trabalhos de salvamento, com o capitão do porto de Quelimane.
Segundo um telegrama recebido em Lisboa do Comando Naval de Moçambique, foram salvos 252 passageiros e 38 tripulantes. Destes, 17 são europeus; dados como mortos: quatro europeus e desaparecidos 12 indígenas.
Quanto aos passageiros calcula-se em 243 os desaparecidos, mortos ou levados pela corrente para qualquer ponto do litoral.
Dá-se de seguida uma relação da tripulação:
Mário Nobre Vieira, capitão, de Lisboa; António Esteves Coelho, imediato, do Porto; José Morgado Nunes, 2º piloto, de Lisboa; José Sancho de Freitas, 3º piloto, de Ilha Brava; António Barroso de Sampaio, radiotelegrafista, de Algueirão; José Franco de Almeida, c/mestre, de Lisboa; José dos Reis Varandas, chefe de máquinas, de Lourenço Marques; Artur Ramos Correia, 2º maquinista, de Lisboa; Viriato Francisco Borges, 3º maquinista, de Lisboa; Raúl Inácio Valadas, artífice, de Lourenço Marques; João Baptista da Cunha de Jesus, Electricista, de Lisboa; Gregório Santa Rita, paioleiro, de Lisboa; José Bernardo Ferreira Mesquita, enfermeiro, de Lourenço Marques; António Cristóvão Mendes Barata, Despenseiro, de Lisboa; António de Castro Paradela, encarregado, de Monte da Caparica; Manuel Rodrigues Caneja, Padeiro, de Lourenço Marques; Joaquim G. de Oliveira Pegado, conferente, de Lourenço Marques; Silvério Santos Costa Júnior, conferente, de Lourenço Marques; Sebastião Denfo Naifante, residente a bordo.
Além dos tripulantes acima referidos, havia mais trinta e três indígenas, dos quais dezasseis do convés, seis das máquinas e onze criados.
Destes tripulantes faleceram na tragédia: António Esteves Coelho, imediato; José Morgado Nunes, 2º piloto; João Baptista da Cunha de Jesus, electricista; José Franco de Almeida, c/ mestre.
Tripulantes hospitalizados:
Para Lourenço Marques foram transportados de avião, com graves ferimentos António Paradela, José de Freitas, Gregório Santa Rita, Raul Valadas, Viriato Borges e Joaquim Pegado e um outro.
Há notícia de estarem também feridos Artur Ramos Correia e António Cristóvão Mendes Barata.
- Segundo um telegrama recebido de Lourenço Marques, o comandante Vitor Ferreira, inspector da CNN, em Moçambique afirmou que “todos os tripulantes do SAVE se revelaram dignos da profissão que abraçaram e das nobres tradições dos homens do mar”.
- O Governo português recebeu de Chefes de Estado e chancelarias de várias nações estrangeiras condolências pela tragédia.
SAVE (2) - n / m misto, imo 5607732 / 78,93 m / 2.036tab / Passageiros 652 / tripulantes 46/2 Motores Diesel Bruto Polar 5 CIL. 1.800hp / 12nós;. 10/1951 O entregue los Grangemouth Dockyard Co.. Ltd., Grangemouth, a Companhia Nacional de Navegação, Lisboa, SEJA para o quali empregou Norte SERVIÇO costeiro da Província de Moçambique, nomeadamente Emoção Norte de Nativos, Trabalhadores das Minas de Volta Transval, na África do Sul.
Fonte: in Jornal da Marinha Mercante.
Rui Amaro

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