domingo, 23 de dezembro de 2012

REBOCADOR “DOM LUIZ” DO PORTO DE LISBOA


O rebocador DOM LUIZ embandeirado em arco junto da Torre de Belém em dia festivo.

O rebocador DOM LUIZ no estuário do Tejo. / Photo taken by Mr. Chris Morgan - copyright /.

Os rebocadores DOM LUIZ e FOZ DO LIMA assistindo o paquete italiano RAFFAELLO na acostagem à Gare Maritima de Alcantara em fins da década de 60.

 
O rebocador DOM LUIZ prestando assistência ao navio escola e porta-helicópteros da Armada Francesa JEANNE D'ARC no porto de Lisboa na década de 60.  

DOM LUIZ – Rebocador de alto mar/ imo 5091779/ 43,6m/ boca 10,3/ calado 04,01m/ 594tb/ DWT 800/ 1 motor diesel electrico 1.875hp/ 1 hélice/ 1 leme/ 2 baleeiras/ 1 radar/ 14 tripulantes; 07/11/1943 lançado à água como rebocador salvadego denominado ATR-100, da classe Sotoyomo auxiliary fleet tug, pelo estaleiro Levingston Shipbuilding Co., Orange, Texas; 04/1944 entregue pelo estaleiro Gulfport Boilers & Welding Works, Port Arthur, Texas, à US Navy; 12/04/1944 entrou ao serviço da Navy como rebocador auxiliar de esquadra ATA-173; _/__/____ abatido ao efectivo e cancelado o registo naval; 1949 DOM LUIZ, AGPL -Administração Geral do Porto de Lisboa, que o colocou no serviço portuário, se bem que sempre pronto para actuar em assistência em alto-mar; década de 70 foi fretado pela APDL para assistência às manobras dos petroleiros no terminal de petroleiros do porto de Leixões; 1975 ALPERTUCHO, Rebosado – Rebocadores Fluviais do Sado Lda., Setúbal, tendo operado no tráfego de rebocagem local; 1993 abatido ao efectivo e vendido a sucateiros de Setúbal para desmantelamento.
Fontes: Navsource, Auxiliary Fleet Tug, Miramar Ship Index, Nuno Bartolomeu.
Imagens: Autor desconhecido – gentilmente transmitidas por Nuno Bartolomeu, de Almada.
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

REBOCADOR “MONTE BRANCO" DO PORTO DE SETUBAL

O MONTE BRANCO diante da cidade de Setúbal, finais da década de 80.



O MONTE BRANCO saindo do porto de Leixões em 1976. 


O MONTE BRANCO fundeado na barra do rio Sado, aguardando a chegada de um navio que irá assistir nas manobras.

O rebocador de alto mar MONTE BRANCO, imo 6113043, entregue em 09/03/1942 pelo estaleiro Levingston Co., Orange, Texas, à US Navy como BAT-3 (ATA-128), também foi registado como USS CAADO, como pertencente à classe ATA – 121 Sotoyomo de rebocadores auxiliares de frota, se bem que destinado a “lend-lease” à Grã-Bretanha; cruzou o Atlantico e a 15/06/1942 entrou ao serviço da “Royal Navy” como HMRT FAVOURITE (W119); 27/03/1946 foi devolvido à US Navy dado que o conflito na Europa já havia terminado em 1945; 1946 SUSAN A. MORAN, Moran Towing Corporation e em finais do mesmo ano foi rebaptizado de EUGENE F. MORAN; 1947 MONSANTO, 44,25m/ 613,32tb/ motor diesel eléctrico General Motors/ 1.875Hp/ uma hélice/13 nós/ calados à proa-ré 3,35m-4,87m, Companhia Colonial de Navegação, Lisboa (O seu casco primitivamente era pintado de verde carregado, e só mais tarde é que passou a ser pintado de verde acinzentado, cor então adaptada para todos os navios daquele importante armador nacional): 1974 MONSANTO, CPTM – Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos, Lisboa, companhia formada pela fusão da Companhia Colonial de Navegação com a Empresa Insulana de Navegação; 1975 MONTE BRANCO, Rebosado - Rebocadores Fluviais do Sado, Lda., Setúbal; 1993 abatido e logo de seguida vendido a sucateiros de Setúbal para desmantelamento. Tanto como MONSANTO ou MONTE BRANCO esteve fretado à APDL para assistência às manobras dos navios-tanques no posto A do terminal de Petroleiros do porto de Leixões, terminado o fretamento o MONTE BRANCO passou a servir na assistência aos navios que demandavam o porto Sadino.


Fontes: NAVSOURCE PHOTO ARCHIVE - AUXILIARY FLEET TUG (ATA) INDEX // UBOAT.NET, Nuno Bartolomeu.
imagens: Autor desconhecido e amávelmente transmitidas por Nuno Bartolomeu, de Almada.
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012



SAUDAÇÕES FESTIVAS


2012 / 2013


o paquete FRANCE assistido no Tejo, inicio dos anos 60. pelo rebocador MONSANTO /imagem transmitida por Nuno Bartolomeu, Almada /.


BOAS FESTAS E FELIZ ANO NOVO

AUGURI DI BUON NATALE E FELICE ANNO NUOVO

MERRY CHRISTMAS AND HAPPY NEW YEAR

FELICES PASCUAS Y PROSPERO ANO NUEVO

JOYEUX NOEL ET MEILLEURS VOEUX DE NOUVEL ANNÉE

EIN PROHES WEINACHTSFEST UND EIN GUTS NEUES JAHR



RUI AMARO – OPORTO - PORTUGAL

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

DESEMBARQUE DE DOIS INTERNAMENTOS HOSPITALARES DO AUTOR DO BLOGUE



O navio-hospital GIL EANNES demandando o porto de Leixões em 1959 vindo dos Grandes Bancos da Terra Nova e Gronelândia onde prestou assistência aos navios bacalhoeiros. 

AGRADECENDO O INTERESSE MANIFESTADO PELA RÁPIDA RECUPERAÇÃO DA MINHA SAÚDE, É COM IMENSA ALEGRIA QUE LHES COMUNICO O MEU DESEMBARQUE DAS NAVES HOSPITALARES “SANTO ANTÓNIO DO PORTO” E “IPO DO PORTO” NO QUAL FUI MUITO BEM TRATADO E ACARINHADO PELO PESSOAL MÉDICO, RESPECTIVAMENTE DE CIRURGIA 1 E UROLOGIA E RESPECTIVA ENFERMAGEM, ETC., QUE DESDE AQUI SAÚDO.
O MESMO NÃO POSSO AFIRMAR DE ALGUNS UROLOGISTAS DO HGSA QUE COM A SUA “SABEDORIA” EM ACTIVAÇÃO/DESACTIVAÇÃO DE ESFINCTER URINÁRIO ARTIFICIAL, TUDO LEVA CRER QUE O DANIFICARAM DADO QUE FUI INTERNADO COM O ESFINCTER EM BOM FUNCIONAMENTO E ACABEI POR FICAR NUM ESTADO LASTIMOSO, TENDO RECORRIDO AO IPO ONDE FELIZMENTE CONSEGUI SOBREVIVER.
AGORA UM POUCO MAIS RECLASSIFICADO SINTO-ME EM MELHORES CONDIÇÕES PARA CRUZAR AS SEMPRE TEMÍVEIS E PERIGOSAS ÁGUAS E MARES DAS BARRAS, A FIM DE POSTAR NOVOS RELATOS E EPISÓDIOS.
UM MUITO OBRIGADO A TODOS
SAUDAÇÕES MARITIMO-ENTUSIÁSTICAS
RUI AMARO

sábado, 27 de outubro de 2012


ESTE MEU BLOGUE VAI SOFRER UM INTERREGNO POR ALGUM TEMPO, DEVIDO AO MEU EMBARQUE NO NAVIO HOSPITAL “IPO DO PORTO”, QUE ESPERO VENHA A SER DE RECUPERAÇÃO BREVE, A FIM DE COM MELHOR SAÚDE REINICIAR NOVAS E INTERESSANTES POSTAGENS.
SAUDAÇÕES MARITIMO-ENTUSIÁSTICAS
RUI AMARO

THIS BLOG WILL BE STOPPED FOR SOME TIME DUE TO MY HOSPITAL INTERNATION, WHICH I HOPE MAY BE OF A QUICK RECOVERY, IN ORDER TO RESTART WITH NEW AND INTERESTING POSTS.
BEST REGARDS
RUI AMARO

sábado, 22 de setembro de 2012

O NAVIO-MOTOR ESPANHOL “ASTENE SEXTO” NO RIO DOURO


O ASTENE SEXTO amarrado no rio Douro, no lugar dos Vanzelleres, margem de Gaia, procedendo à descarga de aduela vinda de Civitavechia para a indústria de tanoaria local, inicio da década de 60 / foto de F. Cabral, Porto /.

ASTENE SEXTO – imo 5286609/ 50,4m/ 375tb/ 10,8nós; 04/1956 entregue por Astilleros de la Empresa Nacional Elcano, Sevilha, à TRAFRUME – Transportes Fruteros del Mediterraneo SA, Seville; 1960 PUERTO DE CULLERA, TRAFRUME – Transportes Fruteros del Mediterraneo SA, Sevilha; 1965 PUERTO DE CULLERA, Transportes Especiales Maritimos SA, Valencia; 1978 PUERTO DE CULLERA, Armadores de Cabotaje  SA, Valencia; 04/02/1979 naufragou a 20mn a norte do porto Marroquino de Kenitra em viagem de Tenerife para Trapanni.
Fonte: Miramar Ship Index.
Rui Amaro

domingo, 16 de setembro de 2012

REBOCADOR “AVEIRO”

Rebocador AVEIRO no Tejo, por volta de 1949 


O rebocador AVEIRO prestando assistência ao paquete PRÍNCIPE PERFEITO no porto de Lisboa em ocasião de evento importante 

O rebocador AVEIRO em 2002 com as cores do seu ultimo armador, a Navegação Fluvial e Costeira de Rui da Cruz e Júlio da Cruz, Lda.

AVEIRO – LX-11-RC/ imo 5031391/ rebocador/ 34,07m/ 242tb/ 1 motor diesel de 9 cil., fabricado por Dominion Engineering Works Ltd., Lachine, Canadá/ 1.000hp/ 12nós; 06/05/1944 lançado à água pelo estaleiro Montreal Drydocks., Ltd., de Montreal, QC, Canadá; 03/10/1944 entregue à Real Marinha Canadiana como HMCT ALBERTON (W48), pertencendo à classe “British Norton”, ficando afecto ao serviço costeiro do Canadá; 1947 vendido como ALBERTON à Companhia Nacional de Navegação, Sarl, de Lisboa, que o registou na capitania do porto de Lisboa em 24/07/1948, sob o nº H363, com o nome de AVEIRO, e o empregou no serviço portuário de apoio à sua frota de navios de longo curso e batelões; 1972 AVEIRO, Navegação Fluvial e Costeira de Rui da Cruz e Júlio da Cruz, Lda., de Lisboa; 2004 entrou em “laid up”; 2005 chegava ao estaleiro de sucata da firma Baptistas – Reciclagem de Sucatas SA, de Alhos Vedros; 2008 foi desmantelado.
Resta acrescentar que o rebocador AVEIRO, também estava preparado para actuar como salvadego oceânico.
Fontes: Timcolton, Miramar ship Index, Navios Mercantes Portugueses, Nuno Bartolomeu
Imagens de autor desconhecido, gentilmente transmitidas por Nuno Bartolomeu, de Almada.
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated.

sábado, 15 de setembro de 2012

NAVIO-MOTOR DINAMARQUÊS "ALICE TORM"

O "ALICE TORM" saindo do porto de Leixões em 06/1967 / foto de Rui Amaro /.

ALICE TORM – n/m de linha regular, imo 5011248/ 137,6m/ 7.100tb/ 16nós; 01/1958 entregue pelo estaleiro Nakskov Skibsvaerft A/S, Nakskov, ao armador D/S Torm A/S, de Copenhaga; 1977 EL QUETZAL, Guanacaste SA., do Panama; 1980 STAR I, Mezalimonas Shipping Co., do Pireo; 23/04/1986 chegava a Gadani Beach e era entregue a sucateiros locais para demolição.
Fontes: Miramar Ship Index
Rui Amaro

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O REBOCADOR/TENDER PORTUGUÊS “INCOMATI”

O rebocador/tender INCOMATI no porto da Beira, década de 20

O rebocador/tender Alemão LEUTNANT no porto de Hamburgo, 1914. 

 O rebocador/tender INCOMATI no porto de Lisboa, década de 30. A embarcação que se distingue ao fundo parece ser o pontão depósito de carvão EMPREZA NACIONAL que em 1944 foi convertida no n/m NACALA.


Proa do batelão INCOMATI em Santos, porto de Lisboa, década de 70.


Batelão areeiro auto-propulsor INCOMATI, Crestuma, rio Douro, 2012. 

INCOMATI – imo 5603346/ tender e rebocador de alto-mar/ ff 44m/ pp 39,5m/ 340tb/ 118tl/ máquina Deutz/ 9nós; 10/1902 entregue pelo estaleiro Grbr. Sachsenberg AG, Koln-Deutz, como LEUTNANT à Deutsche Ost-Afrika Linie (DOAL), Hamburgo, que o empregou no serviço de rebocagem de dois batelões “feeder” da companhia de 353tons cada, INGA e IRMA, entre portos dos territórios Alemães do Leste Africano; 08/1914 o LEUTNANT devido ao eclodir da 1ª Guerra Mundial refugiou-se no porto Moçambicano da Beira, a fim de evitar ser atacado e afundado pelo inimigo, onde permaneceu na condição de internado; 1916 Portugal requisitou ao governo de Berlim a cedência dos vários navios mercantes internados em portos Portugueses da metrópole e de além-mar, devido à ameaça de paralisação do seu comércio marítimo, motivado pela situação de guerra e ainda pela enorme carência de navios mercantes, pelo que em face da recusa dos Alemães, o governo de Portugal não teve outra alternativa senão confiscar os 70 navios Germânicos e dois Austro-Hungaros, entre os quais o LEUTNANT, pelo que a 09/03/1916, o governo Alemão declarou guerra a Portugal, o que originou a sua entrada inesperada no conflito; 14/04/1916 INCOMATI, governo de Portugal, que o inseriu na frota da empresa estatal Transportes Marítimos do Estado (TME), Lisboa, tendo sido baseado nos portos de Lourenço Marques e Beira;1924 INCOMATI, Union Castle Mail Steamship Co., Ltd., Beira, que o colocou no serviço “feeder” da costa de Moçambique, escalando os portos de Chinde, Quelimane, Macuse e Maquival rebocando dois batelões do seu armador, e em 1928 foi substituído pelo vapor ROVUMA, uma nova unidade acabada de construir, 70m/1.289tb, que passou a servir pequenos portos da costa ocidental de Africa no serviço “feeder”, incluindo portos Moçambicanos; 22/02/1928 INCOMATI, Companhia Nacional de Navegação, Lisboa, operando o serviço de carreira entre Lourenço Marques, Beira e Chinde, conduzindo os batelões INGA e IRMA, no transporte de açúcar para a Sena Sugar Co.; 1930 foi transferido para Luanda, a fim de operar no serviço “feeder” de Angola; 14/06/1931 entrava no porto de Lisboa, a fim de operar no serviço portuário do seu armador;1933 INCOMATI, Companhia Nacional de Navegação, Lisboa, convertido num batelão de tráfego fluvial no porto de Lisboa; 1985 INCOMATI, interesses da indústria de extração de inertes no rio Douro, que lhe instalou motor e cabine de navegação à popa, e ainda duas gruas de gadanha; 2012 INCOMATI, contínua em serviço activo na zona de Crestuma e Entre-os-Rios/Sardoura

Fontes; Miramar Ship Index, Union Castle Lines, Nuno Bartolomeu.
Imagens: Autor desconhecido, e gentilmente transmitidas por Nuno Bartolomeu, de Almada.
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

EMBARCAÇÃO-BAR “GANDUFE” EX BATELÃO DO MESMO NOME

 A embarcação-bar GANDUFE / autor desconhecido - enviada por Nuno Bartolomeu, Almada /.

A embarcação-bar GANDUFE, que se encontra ancorada no estuário do rio Douro, margem direita, junto do lugar do Ouro, diante da antiga fábrica do Gás, foi um antigo batelão fluvial que operava no estuário do Tejo, no transbordo de mercadorias vindas do exterior, nomeadamente cereais, dos grandes graneleiros que descarregavam no meio daquele estuário, sobretudo no ancoradouro denominado Mar da Palha, devido ao excessivo porte e calado daqueles navios, que se viam incapazes de acostar a docas e cais marginais, ou ao congestionamento dos mesmos.
O GANDUFE foi construído em 1947, juntamente com uma razoável série de batelões gémeos, pelos estaleiros da CUF, sedeados na Rocha do Conde de Óbidos, para a Sociedade Geral de Comércio, Indústria e Transportes, de Lisboa, a fim de satisfazer as necessidades de baldeação dos seus próprios navios.
Caracteristicas: 31,86m/ 400tb/ dois porões cobertos por encerados/ uma cabine à popa/ um mestre e dois marinheiros.

O batelão GANDUFE a receber trigo Americano transportado pelo graneleiro RIO ZAIRE da CTM com a assistência da cábrea-flutuante AURIGA da Socarmar junto do cais da Rocha do Conde de Óbidos, porto de Lisboa em 1980 / autor desconhecido - enviada por Nuno Bartolomeu, Almada /.

Em 1972 a Sociedade Geral de Comércio, Indústria e Transportes, foi integrada na Companhia Nacional de Navegação, de Lisboa, e o GANDUFE passou a fazer parte da frota da SOCARMAR – Sociedade de Cargas e Descargas Marítimas, de Lisboa (Grupo ETE), assim como os demais batelões da antiga armadora fundada pelo grande industrial Alfredo da Silva.
Em 1987 o GANDUFE e os gémeos GAMBIM, GAVINHA, GANDARINHA, GANDARELA foram vendidos pela Socarmar a interesses industriais areeiros no rio Douro, algures na zona de Entre-os-Rios/Castelo de Paiva, a fim de serem convertidos em batelões-draga com grua de gadanha para a extração de inertes naquele rio, no entanto aqueles três últimos rumaram a montante, contudo o GANDUFE ficou-se pelo lugar de Massarelos, Porto, tendo sido transformado em 1997, por um estaleiro local numa embarcação-bar, sob gestão da organização PORTORIO com enorme sucesso, conservando o nome de origem, e apostando numa vertente rock e electrónica mais alternativa. Apresentando um ambiente jovem e muito animado e com três grandes áreas: O upperdeck, a funcionar como bar lounge, o Mainfloor, a sala de eventos musicais no antigo porão, a Outzone, destinada a eventos ao ar livre, Tudo isto com uma panorâmica invejável.

O batelão GANDARA varado no Seixal para desmantelamento / autor desconhecido - enviada por Nuno Bartolomeu, Almada.

Um sexto batelão, o GANDARA, que deu nome aquela classe de batelões, foi desmantelado no Seixal,
Fonte: Nuno Bartolomeu, Almada.
Rui Amaro

PS – Contra o que se relata em blogues/páginas, o batelão GANDUFE jamais realizou viagens para Africa, e a única travessia oceânica que efectuou foi do estuário do Tejo para o rio Douro, a reboque.   

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O PAQUETE “MOÇAMBIQUE” À ENTRADA DA BARRA DO TEJO FOI VARRIDO POR UMA VOLTA DE MAR DESCOMUNAL



Quando entrava a barra do Tejo a 22/01/1966, o paquete MOÇAMBIQUE, que já vinha a sofrer as inclemências do mau tempo, que então se fazia sentir, e que também causara o naufrágio do SANTA MAFALDA, foi apanhado por uma volta de mar descomunal, que lhe varreu por completo o convés, partindo alguns apetrechos e estruturas do navio e ferindo vários soldados que regressavam á Pátria, após terem completado a sua comissão de serviço no Ultramar Português.
Um casal que também se encontrava no convés. Arlindo da Conceição Ferreira Bastos, de 28 anos, agente publicitário, e sua esposa, Cândida da Conceição Bastos, de 22 anos, bem como uma filhinha do casal, Ana Paula, de 2 anos, foram também apanhados pela vaga. O primeiro sofreu fractura das pernas e a segunda, escoriações pelo corpo. A petiza Ana Paula apesar de ter sido projectada ao convés, não sofreu qualquer mazela. Após a atracação do navio, os soldados foram transportados ao Hospital Militar da Estrela, onde receberam tratamento a várias escoriações. Quanto ao casal, o marido ficou internado no Hospital de S. José, e a esposa e a filhita regressaram a sua casa em Lisboa.
MOÇAMBIQUE (2) – paquete de carreira / imo 5238420/ 167m/ 12.976tb/ 2x Doxford engine diesel 6.500Bhp cada/ 18nós/ Pass. 749/ tripulantes 212/ 10/1949 entregue por Swan, Hunter & W. Richardson, Ltd, Newcastle-upon-Tyne, à Companhia Nacional de Navegação, Lisboa, para o seu serviço Lisboa, Angola, Moçambique; 28/05/1972 enquanto em viagem de Africa para a Metrópole, a 50 mn a SW de Lisboa colidiu com o petroleiro Italiano PETROLSABE; realizou alguns cruzeiros e na década de 60 serviu de transporte de tropas para o Ultramar e no início da década de 70 foi colocado em “laid up” no estuário do Tejo, mar da Palha; 29/09/1972 chegava a Kaohsiung para desmantelamento em sucata. Navio-gémeo ANGOLA.
Fontes: jornal “O Comércio do Porto”, Miramar Ship Index.
Imagem: postal da CNN.
Rui Amaro
  
ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s) em NAVIOS Á VISTA, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on NAVIOS Á VISTA, which will be very much appreciated.


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

RECORDANDO O ENCALHE E CONSEQUENTE PERDA DO ARRASTÃO BACALHOEIRO “SANTA MAFALDA” NA BARRA DO TEJO - 2 -

Imagens adicionais relativas ao naufrágio do arrastão bacalhoeiro SANTA MAFALDA (2), junto ao forte de S. Julião da Barra, em 22/01/1966

Um náufrago é transportado para terra pelo sistema de cabo de vaivém lançado pelos bombeiros, ao mesmo tempo que o vapor dos pilotos COMANDANTE MILHEIRO posiciona-se o mais fechado possível com o SANTA MAFALDA, a fim de tentar resgatar náufragos com a sua lancha de apoio. Próximo vêm-se os rebocadores PIONEIRO e ÁTOMO que também colaboraram nas operações de salvamento.   

O SANTA MAFALDA é batido fortemente pela ondulação, vendo-se próximo o vapor dos pilotos COMANDANTE MILHEIRO.  

Um náufrago prestes a alcançar terra trazido pelo cabo de vaivém dos bombeiros. 

Os náufragos continuam a ser resgatados pelo cabo de vaivém dos bombeiros, enquanto o SANTA MAFALDA agoniza impotente à maresia.

Um grupo de náufragos recolhidos no Instituto de Socorros a Náufragos, Paço de Arcos.

Imagens da Imprensa Nacional gentilmente cedidas por Nuno Bartolomeu, Almada..

Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated.

domingo, 19 de agosto de 2012

RECORDANDO O ENCALHE E CONSEQUENTE PERDA DO ARRASTÃO BACALHOEIRO “SANTA MAFALDA” NA BARRA DO TEJO - 1 -

 O SANTA MAFALDA, sobre as pedras, é batido pela forte ondulação.

Um dos tripulantes chega a terra trazido pelo cabo de vaivém

O SANTA MAFALDA partido ao meio, é batido profundamente pelas vagas

23/01/1966 - Em frente a S. Julião da Barra, numa zona da barra onde o mar obriga às maiores cautelas nas manobras dos navios que cruzam a barra, pela sua estreiteza e por ser semeada de rochedos e bancos de areia, ocorreu ontem mais um naufrágio, cujas consequências, entretanto, felizmente, não foram além dos elevados prejuízos materiais.
O mar encapelado, devido ao vento forte que soprava do quadrante sul, tornava perigosa a navegação. No entanto, os navios da frota bacalhoeira do arrasto, como estava previsto, suspendiam e aprestavam-se para seguir, rumo aos bancos de pesca da Terra Nova e Gronelândia, a fim de iniciarem mais uma campanha. Da dezena e meia, destinados a tão espinhosa faina, três iam já de abalada, quando o sinistro foi assinalado.
Eram 11h30, aproximadamente.
As águas revoltas da baixa-mar transpunham, espectacularmente, a muralha da estrada marginal. A neblina envolvia o espaço, dando ao Tejo um aspecto sombrio. Manhã de pura invernia. Percorrendo o estreito corredor da barra Norte, de quilómetro e meio de largura, entre o Forte de S. Julião e o Farol do Bugio, deslizava, sofrendo os impulsos da agitação das águas, o arrastão SANTA MAFALDA, da praça de Aveiro, da Empresa de Pesca de Aveiro, propriedade do comendador Egas Salgueiro, tendo a bordo duas tripulações, num total de setenta e um homens que na Gronelândia fariam a recolha do peixe, uma naquele arrastão e a outra num outro navio, recentemente adquirido pela mesma empresa, e ainda havia a bordo, um cachorro, mascote de bordo.
O SANTA MAFALDA do comando do capitão Asdrúbal Capote Teiga, passava em frente de S. Julião, onde já se verificaram outros encalhes, no último dos quais, foi vítima o navio-motor Alemão CORDOBA, sofrendo um rombo no casco, que o reteve, durante dias, no porto de Lisboa.
Navegando a velocidade reduzida, batido por rajadas de vento violento, aquele arrastão sofre uma avaria de leme, cujo sistema eléctrico – como mais tarde o comandante do navio declarou aos jornalistas – levando o SANTA MAFALDA trancado a estibordo.
O navio sem governo permaneceu à deriva, ao sabor do vento sudoeste e da corrente e foi impelido para perto da margem direita, até que um enorme rochedo localizado a cerca de trezentos metros da Fortaleza, entre as pedras da Torre e de Carcavelos, conhecido por Pedra da Laje, e frente à piscina, o imobilizou e lhe terá produzido um enorme rombo no costado.
O faroleiro de S. Julião, sem esconder a perplexidade que lhe causou o naufrágio, pôs-se imediatamente em comunicação com a Rádio Naval de Cascais, a participar a ocorrência e a dar alarme dentro da Fortaleza, onde desde logo foram tomadas todas as disposições.
E ao meio-dia, o rebocador PIONEIRO tentava já prestar os primeiros socorros. Prevendo qualquer emergência, três rebocadores do porto de Lisboa pairavam ao largo.
De Cascais, navegando a toda a força das máquinas, chegou também o vapor dos Pilotos, COMANDANTE MILHEIRO, sempre atento para situações destas, e que foi de grande préstimo.
Sem demoras, compareceram as corporações de Bombeiros Voluntários de Cascais, Parede, Oeiras e Paço de Arcos, com algumas dezenas de homens, viaturas e ambulâncias.
Sob orientação do comandante Carmo de Mira, de Cascais, foram montados de terra para o navio, de dois pontos diferentes, dois cabos de vaivém.
Entretanto, não obstante a situação não se afigurar dramática, dada a curta distância que separava o navio da margem, três homens da equipagem do SANTA MAFALDA tomados de pânico, muniram-se de cintos de salvação e lançaram-se ao mar, vindo a ser recolhidos, com as naturais dificuldades, por uma lancha do vapor dos Pilotos, que os transportou para o rebocador PIONEIRO.
Foi, assim, através daquela lancha que continuou a prestar valiosa colaboração que os náufragos foram recolhidos, após se ter conseguido estabelecer um género de cabo de vaivém com o vapor dos Pilotos, que se posicionou a barlavento, e muito próximo do SANTA MAFLADA.
Grupos de soldados da Engenharia de Costa, grumetes da Armada e bombeiros desempenhavam-se abnegadamente, da arriscada tarefa, puxando as três centenas de metros de cabo que fazia o circuito do navio para a terra.
Ao atingirem o forte, os tripulantes do barco sinistrado eram transportados em ambulâncias para o edifício do Instituto dos Socorros a Náufragos, em Paço de Arcos, e ali prontamente assistidos por médicos e enfermeiros. O estado de todos eles era de grande abatimento. Encharcados e enregelados pelo frio, apresentavam diversas equimoses nas pernas. Provocadas a bordo e durante o trajecto, nos cabos. Eram 14h00, quando o último tripulante chegou a terra. O cão de bordo também veio para terra trazido por um náufrago. No entanto os trabalhos prosseguiram, pela tarde adiante, com enormes dificuldades, derivadas ao estado do mar, que se manteve encapelado.
O ministro da Marinha esteve a ser informado como ocorreram as operações de salvamento, do Forte de S. Julião, onde chegou às 14h10, acompanhado pelo chefe do Estado maior Naval e pelo capitão do porto de Lisboa.
O comandante Asdrúbal José Sacramento Capote Teiga, de 46 anos, capitão do SANTA MAFALDA, falou aos jornalistas no Instituto de Socorros a Náufragos, onde fora socorrido, bem como toda a tripulação.
- Entre S. Julião e Cascais, tivemos uma avaria no sistema eléctrico do leme, que ficou trancado a estibordo. Paramos e metemos as máquinas à ré a toda a força. Foi inútil: O SANTA MAFALDA guinou para terra e foi projectado pelas vagas, para cima das pedras. Quando abandonei o navio, a casa das máquinas estava alagada. Dadas as condições do tempo, o perigo era iminente.
O comandante Teiga disse, ainda, que anda na pesca do bacalhau há mais de 16 anos, e comanda navios desde 1957, sendo este o primeiro acidente da sua carreira.
Quarenta e um membros da tripulação do navio sinistrado vieram por via marítima até ao cais da Rocha do Conde de Óbidos, onde desembarcaram. Pouco depois foram conduzidos à Policia Marítima seguindo mais tarde para o refeitório da Junqueira, onde já se encontravam os restantes camaradas.
Algumas pessoas da família dos náufragos deslocaram-se ali, levando-lhes roupas e calçado, pois a maioria não teve tempo de salvar o mínimo objecto pessoal.
Ontem mesmo, os tripulantes do SANTA MAFALDA seguiram para os seus lares, em Setúbal, Fuzeta, Sagres e Vila Praia de Ancora, utilizando o caminho de ferro. Os pescadores de Aveiro, Murtosa e Ílhavo seguiram para estas localidades em dois autocarros. A Mutua dos Pescadores de Bacalhau estudará a forma de cobrir os prejuízos sofridos por aqueles tripulantes, especialmente na perda de haveres. Entretanto, foram já distribuídos agasalhos e outros objectos de uso pessoal aos 71 tripulantes do SANTA MAFALDA.
Segundo informações colhidas cerca da meia-noite, pela reportagem de «O Comércio do Porto» junto de entidades responsáveis, o SANTA MAFALDA considera-se praticamente perdido.
O navio continua encalhado junto à muralhas do Forte de S. Julião da Barra, ao qual se mantém ligado por um cabo de vaivém.
As operações da tentativa de salvamento do arrastão não se puderam realizar devido à forte agitação marítima e, agora aguarda-se que na segunda-feira se possa fazer alguma coisa, embora as esperanças de êxito sejam mínimas.
O SANTA MAFALDA está sob a vigilância da Policia Marítima e, hoje, rebocadores do porto de Lisboa vão tentar safá-lo, numa derradeira tentativa.        
Um dos arrastões bacalhoeiros que cruzara a barra do Tejo, o SENHORA DO MAR, pouco antes do encalhe do SANTA MAFALDA, já no Atlântico e ao largo da costa Portuguesa, declarou-se incendio a bordo. O fogo foi no motor da proa, e pode ser dominado pela tripulação. Dado que o navio não podia prosseguir a viagem para os Grandes Bancos, regressou ao Tejo, onde fundeou em frente da Rocha do Conde de Óbidos, a fim de a avaria ser reparada. Não há desastres pessoais a lamentar.
31/01/1966 – O mar após dez dias de fúria violenta, partiu ontem em duas partes o arrastão SANTA MAFALDA, que encalhara nos baixios situados em frente ao Forte de S. Julião da Barra.
Durante os próximos dias, o navio que ficou separado da proa e da popa, rebentando a chaparia da meia-nau, a qual foi levada para o largo desfeita, continuará, certamente, a ser desmantelado, no próprio local, visto não parecer fácil que saia de cima da plataforma rochosa que o sustém.
Ontem, de manhã, ainda estiveram no Forte de S. Julião da Barra as cinco equipas do Porto de Lisboa, num total de 35 homens, sob a orientação do comandante Carvalho Pereira, que mantinha esperanças de salvar o navio, que entretanto ficou dividido em três secções distintas.
Perante o acidente, limitaram-se a cortar os cabos de vaivém que ligavam o arrastão ao Forte, a fim de impedir que, com os puxões dados pelos destroços do navio no cabo se estragasse o equipamento instalado em terra.
Nos dois únicos dias que o mar permitiu o acesso ao SANTA MAFALDA e o trabalho a bordo, conseguiu salvar-se unicamente o equipamento eletrónico da ponte do comando.
O valor do navio com os melhoramentos com que posteriormente foi beneficiado, está avaliado em cerca de quarenta mil contos.
SANTA MAFALDA (2) – imo 5531239/ arrastão lateral/ 71m/ 1.220tb/ 18.515 quintais/ 1xWerkspoor 1.100hp: 08/1948 entregue pelo Cantieri Odero Terni Orlando, Livorno, Itália, à Empresa de Pesca de Aveiro (EPA), Aveiro, especialmente para ser destinado à pesca do bacalhau. Era o segundo navio da EPA denominado SANTA MAFALDA, pois o primeiro foi um lugre à vela de três mastros, famoso por ter sido dos primeiros a aventurar-se a pescar nos perigosos mares do gelo da Gronelândia, e em 1937  foi-lhe instalado um motor diesel. Para substituir o navio sinistrado a EPA encomendou uma nova construção de arrasto pela popa, o SANTA MAFALDA (3), 80,3m/2.049tb, que foi entregue em 04/1968 pelos Estaleiros da Lisnave, Rocha, Lisboa, e que continua em serviço activo.


Fontes: jornal “O Comércio do Porto”, Luis Filipe Morazzo (de um comentário neste mesmo blogue), Miramar Ship Index.
Imagens: Jornal "O Comércio do Porto"
(continua).
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s) em NAVIOS Á VISTA, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on NAVIOS Á VISTA, which will be very much appreciated.

domingo, 12 de agosto de 2012

O “SANTA MARIA MANUELA” PELA PRIMEIRA VEZ NO PORTO DO DOURO


O SANTA MARIA MANUELA passa diante do centro piscatório da Afurada, vendo-se ao cimo da encosta o bairro dos pescadores / foto gentilmente cedida por R. Delgado, Blogue NAVIOS E NAVEGADORES /.

Porto Comercial de Aveiro, 05/08/2012, da esquerda para a direita NTM CREOULA e o SANTA MARIA  MANUELA, incorporados no Festival Marítimo de Ílhavo / Foto de José Rui Amaro /.

Lugar da Ribeira, Porto, lugres e palhabotes à descarga de "stockfish" para os armazenistas locais /postal ilustrado da cidade /.

Na verdade na passada quarta-feira, dia 8, pelas 17h50, foi a primeira vez que o famoso lugre SANTA MARIA MANUELA se fez à barra do Douro e subiu o rio até ao cais do Terreiro/Estiva, no lugar da Ribeira, ali junto à ponte D. Luís, passando diante do centro piscatório da Afurada, com o seu bairro dos Pescadores lá no cimo, onde residiram tantos e tantos homens do "one man dory" e do “trawl” e muitos deles devem ter embarcado no SANTA MARIA MANUELA, e talvez em navios da conceituada armadora Pascoal & Filhos, da praça de Aveiro, que presenteou as cidades do Porto e Gaia com tal surpresa, aproveitando o périplo Aveiro, Vigo, Porto, Aveiro. Pena foi a escala ter sido tão curta, pois o belo lugre largou do Douro na quinta-feira, dia 9, pelas 13h30.
Pois nem no tempo em que pertenceu à Empresa de Pesca de Viana veio ao Douro, porque transbordava o produto das suas campanhas aos Grandes Bancos e Gronelândia, na bacia do porto de Leixões para batelões ou na doca nº 1 para seguir por via rodoviária, a fim de aliviar carga para ter água suficiente para demandar a doca de Viana, ou aguardar melhor maré na barra.
O único navio daquela empresa que escalou o Douro, foi o arrastão VASCO D' OREY que descarregou toda a carga para o cais de Gaia, e por conseguinte saiu em lastro, talvez o bacalhau tivesse sido vendido para a seca de Lavadores ou para Aveiro.
Infelizmente por motivos de tratamento hospitalar não me desloquei à Ribeira para melhor apreciar aquele “cisne dos gelos”, mas viajando no autocarro da carreira 500, pelo enfiamento da rua da Alfandega (Velha), que dá acesso ao cais do Terreiro/Estiva, ainda vislumbrei o seu pau do gurupés, se bem que no passado domingo, dia 5, o apreciei exteriormente atracado à muralha do porto comercial de Aveiro, juntamente com os outros navios integrados no Festival Marítimo de Ílhavo, nomeadamente com os gémeos ARGUS e CREOULA, mas nem tentei ir para a imensa fila das visitas, porque a minha idade e maleita que me aflige, já não me permite aventuras, é que a minha idade é igual à daqueles três veteranos dos mares gelados do Noroeste do Atlântico, construídos em 1937.
O SANTA MARIA MANUELA como acima se relata atracou ao cais do Terreiro/Estiva, no lugar da Ribeira, local onde em tempos longínquos, vapores, lugres e palhabotes Ingleses da Terra Nova, Dinamarqueses, Noruegueses e alguns Portugueses, tais como o FAYAL, CATALINA e OUREM, traziam o fiel amigo, “stockfish”, carregado em vários portos da Terra Nova e Labrador, Gronelândia, Islândia e Noruega, para os armazenistas de bacalhau da Ribeira e da rua de S. João, ali junto ao rio, onde hoje em dia há muitos restaurantes, que certamente incluem nas ementas produtos alimentares "Pascoal”, passe a publicidade.
Obrigado â firma Pascoal & Filhos, SA, por ter trazido ao “meu rio Douro” o seu SANTA MARIA MANUELA, e queira Deus, que um dia tragam o ARGUS também, que será prenúncio de mais e grande desenvolvimento das suas indústrias.
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated. 

sábado, 4 de agosto de 2012

UMA DIVISÃO DA ARMADA PORTUGUESA SAUDA A RAINHA ISABEL II AO LARGO DAS BERLENGAS QUE VIAJAVA A BORDO DO “HMY BRITANNIA” EM 1954

Isabel II e o Duque de Edimburgo / publicação do Diário da Manhã - 1957 /.

Com o HMY BRITANNIA à vista desarmada, os marinheiros Portugueses erguem as sete saudações do estilo à soberana da Grã-Bretanha / jornal O Comércio do Porto /.

11/05/1954 – Constituíram um grande momento de emoção e tiveram expressivo significado as homenagens prestadas pela nossa Marinha de Guerra em representação do Governo e da Nação à rainha Isabel da Grã-Bretanha que a bordo do iate real HMY BRITANNIA, vindo de Gibraltar de regresso a Londres, ontem passou em águas Portuguesas a NW do pequeno arquipélago das Berlengas.
É a segunda vez que a soberana navega em águas Lusas. A primeira vez foi em 08/02/1947, quando como princesa herdeira acompanhou seu pai na visita que o falecido rei Jorge VI fez à Africa do Sul a bordo do cruzador HMS VANGUARD, que então numa manhã de tempestade passou também à vista das Berlengas.
Desta vez, porém, tudo se passou de maneira diferente e a homenagem de Portugal â soberana da sua mais velha aliada pode revestir-se duma solenidade que há 7 anos mercê do temporal que caiu sobre o Atlântico não foi possível.
No começo da madrugada de ontem largaram de Cascais as fragatas NRP NUNO TRISTÃO e NRP DIOGO GOMES e o contratorpedeiro NRP DÃO com uma guarnição total de 500 marinheiros constituindo a flotilha que sob o comando do almirante Nuno de Brion, comandante-chefe da frota Portuguesa ia prestar à rainha de Inglaterra as homenagens de Portugal. Com o almirante Nuno de Brion seguiam o seu chefe de estado-maior, capitão-de-fragata Guilherme Martins de Magalhães, o comandante Pedro Zilhão e o comandante Norman Todt, adido naval Inglês à embaixada Britânica de Lisboa.
À frente abria a marcha a fragata NRP NUNO TRISTÃO, logo seguida da NRP DIOGO GOMES e finalmente pelo contratorpedeiro NRP DÃO. Cerca da 07h30 a flotilha estava à vista das Berlengas.



Dois dos três vasos de guerra Portugueses que prestaram honras militares à familia real Britânica ao largo das Berlengas, neste caso o NRP NUNO TRISTÃO em cima e o NRP DIOGO GOMES em baixo / Photoship Co., UK e Jornal de Noticias /.

Depois de estar a navegar já a algumas milhas a NNW das Berlengas a flotilha Portuguesa mudou de rumo passando a navegar em direção a sul a fim de se cruzar com o HMY BRITANNIA.
Pouco depois das 08h00 eram içadas as bandeiras Portuguesas a bordo dos nossos navios.
São 09h00 quando vindo do sul surge no céu das Berlengas voando o mais baixo possível um grande quadrimotor da escolta da rainha.
Pouco tempo passado, às 09h30 precisas, da ponte do NRP NUNO TRISTÃO avista-se o iate real.
A bordo dos três navios Portugueses começa dentro de pouco tempo a formação das guarnições.
Quando a flotilha estava a uma milha do HMY BRITANNIA foi içado nos mastros dos três navios Portugueses o pavilhão nacional Britânico.
As duas forças navais, o iate real e a sua escolta e a flotilha Portuguesa reduzem a marcha. Está-se a 18 milhas a NW das Berlengas.
O encontro entre as duas formações estava marcado para as 10h00. Cinco minutos antes, ou seja, às 09h55 soa o primeiro tiro de salva a bordo da NRP NUNO TRISTÃO.
Os marinheiros posicionados na tolda e nas sobrestruturas da ponte e da artilharia erguem os bonés e gritam os sete vivas da ordem.
São 10h00. O iate real passa então pelo través de bombordo. O espetáculo assume então grande imponência e solenidade.
Foi então, que numa magnífica e perfeita manobra sob as ordens do comandante Pedro Zilhão, a nossa força naval passou apenas a cem metros do HMY BRITANNIA.
Então à vista desarmada. Vê-se claramente num dos extensos “spardecks”, junto ao mastro da mezena, a figura da rainha ladeada pela princesinha Ana e pelo loiro príncipe Carlos, junto dos quais se destaca a figura esguia e distinta do duque de Edimburgo.
A rainha vestia um casaco beije pondo na cabeça um lenço de seda cinzento e acenava constantemente em saudação amiga e agradecida aos marinheiros Portugueses. A seu lado o príncipe Carlos e a princesa Ana envergam casacos verdes e gorros da mesma cor. Encostados à balaustrada acenam também aos nossos marinheiros.
Por sua vez o duque de Edimburgo à paisana e em cabelo saúda também os nossos navios.
A banda de música do iate, muito bem alinhada e de instrumentos reluzentes, ataca o “Rule Britannia”. Na ponte do navio, em continência, hirtos, vão o almirante Abel Smith e toda a casa militar da rainha.
Entretanto o comandante da nossa flotilha, almirante Nuno de Brion expede para bordo do HMY BRITANIA a seguinte mensagem para a rainha Isabel II:

«O Governo Português e a Armada Nacional com grande respeito e estima têm a honra de aproveitar esta oportunidade de saudar Sua Majestade nas águas Portuguesas apresentando a Sua Majestade e aos membros da família real que a acompanham os melhores votos pela continuação feliz da sua memorável viagem».

E prossegue o desfile da escolta do HMY BRITANNIA, o cruzador HMS GLASGOW, os contratorpedeiros HMS DUCHESS, HMS SAINTES e HMS BARFLEUR.
Momentos depois chega a bordo do NRP NUNO TRISTÃO a mensagem de agradecimento dirigida ao Presidente da Republica, do seguinte teor:

«Agradeço sinceramente a V.Exa., e aos membros do Governo Português a amável mensagem que nos foi transmitida pelo almirante comandante chefe da Força Naval da Metrópole.
Apreciei profundamente o aparecimento da eficiente Força Naval que veio esta manhã ao meu encontro, esperando que V.Exa., faça ciente o almirante da entusiástica admiração de meu marido e minha pela esplendida apresentação dos seus navios e das suas guarnições – a) Elisabeth, R.»

Momentos depois as duas formações começam a afastar-se. Estava terminada o interessante e histórico espetáculo em que Portugal afirmará mais uma vez o seu respeito pela soberana de nação que é a nossa mais velha e querida aliada.
Era desejo do Governo Português que duas formações das bases aéreas nºs 3 e 4 fossem também ao encontro do HMY BRITANNIA saudar a rainha de Inglaterra.
Essa resolução ficou, porém, sem efeito, porque um avião saído de manhã e que apenas por radar localizou cerca das 09h00 aquele navio e respectiva escolta, verificou que as condições atmosféricas não o permitiam.
O chefe do Estado Maior da Força Aérea Portuguesa transmitiu para bordo do HMY BRITANNIA a seguinte mensagem:

«Lamento ser obrigado a cancelar o voo devido às condições meteorológicas, mas peço o favor de endereçar a Sua Majestade os nossos melhores cumprimentos de boa viagem»


O HMY BRITANNIA navegando junto da costa Portuguesa em 1968 / cortesia de Petroc, SN /.

HMY BRITANNIA – imo 6123244/ 125,7m/ 5.769tb/ 12.000hp/ 21,5kn/ autonomia 2.000mn/ guarnição 298 elementos dos quais 19 eram oficiais; 14/01/1954 entregue por John Brown & Co., Clydebank, à Marinha Real Britânica como iate da família real Britânica, em especial da Rainha Isabel II, sendo o 83º navio a servir a monarquia desde a coroação de Carlos II em 1660. E substituiu o velho HMY VICTORIA AND ALBERT. Transportou a família real em várias viagens oficiais durante mais de 30 anos, entre as quais a Portugal, Setúbal/Lisboa.
O HMY BRITANNIA foi, como acima se relata, construído no Clydebank, e lançado oficialmente a 16/04/1953 pela rainha Isabel II, se bem que chegou a existir um projecto de um novo iate real em 1936. O seu projecto inclui três mastros: o mastro de vante de 41m, o mastro principal de 42m, e o mastro de ré de 36m. Curiosamente, o iate real foi também delineado para ser convertido em navio-hospital durante uma eventual situação de guerra.
Durante a sua carreira como iate real, o HMY BRITANNIA transportou a família real em 696 visitas em território da “Commonwealth”, totalizando 1.087.623 milhas navegadas. Em 1959, realizou uma das suas maiores derrotas, atravessou, o então recém inaugurado canal de São Lourenço, durante uma viagem para Chicago, fazendo da rainha o primeiro monarca Britânico a visitar a cidade. O presidente Dwight D. Eisenhower também embarcou no navio junto à família real. Anos depois os presidentes Gerald Ford e Ronald Reagan também se acomodariam no iate real.
Em 1997 foi retirado do serviço, devido aos altos custos de manutenção e às dificuldades económicas que começavam a surgir na Grã-Bretanha, se bem que uma nova construção esteve para ser projectada, tendo seguido de Portsmouth para Leith, Edinburgh, Escócia, onde se encontra como navio museu, aberto ao público.   

Fonte: Jornal O COMÉRCIO DO PORTO, Wikipedia, Miramar Ship Index
Rui Amaro

PS – Na visita que os Soberanos Britânicos realizaram a Portugal em 02/1957, mais propriamente à cidade Invicta a 21, depois das cerimónias oficiais no Palácio da Bolsa do Comércio do Porto, e na visita à Feitoria Inglesa, na zona do Infante, Isabel II e seu marido, o príncipe Filipe, romperam com o protocolo, e em lugar de viajarem para o aeroporto de Pedras Rubras num luxuoso “Chevrolet” cedido pelo grande industrial Nortenho Delfim Ferreira, preferiram ser transportados numa velha camioneta aberta de transporte de forças da PSP, segundo consta como homenagem à efusiva manifestação, que a população Nortenha lhe prestou, a qual ainda há poucos anos o seu filho Carlos fazia lembrar.
E assim, a comitiva régia seguiu pela marginal do Porto e Matosinhos, a caminho do aeroporto de Pedras Rubras, a fim de tomar o avião para Londres, e eis que quando o “veículo real” passava na rua da Senhora da Luz, à Foz do Douro, mais propriamente no nº 437, e o meu avô Manuel Picarote, já de idade bastante avançada e muito debilitado, da janela de sua casa, arremessa um pequeno ramo de flores, que foi apanhado pela Rainha, e não é que Filipe de Mountbaten, pede ao motorista para parar, e apeando-se da camioneta dirige-se ao meu avô e devolve-lhe o ramo de flores, e dizendo um muito obrigado em Português, mais algumas palavras em língua inglesa, que como é obvio, o meu avô não entendeu. Pois o meu avô Picarote não mais esqueceu tão inesperado episódio.   
  
A camioneta aberta de transporte de forças da PSP que serviu de "veículo real" aos soberanos Britânicos na sua ida do Porto para o aeroporto de Pedras Rubras, mostra-se aqui transportando estudantes universitários de regresso ao Porto, após homenagem no aeroporto à rainha e ao príncipe consorte./ jornal Diário do Norte /.

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated.