domingo, 11 de setembro de 2011

OS ESTALEIROS NAVAIS DE SÃO JACINTO CONSTRUIRAM REBOCADORES PARA PORTUGAL E PARA O ESTADO ÁRABE DO BARÉM

 Modelo do EL AZIL / ENSJ - Aveiro /.

Os Estaleiros Navais de São Jacinto, Aveiro, lançaram à água em 1976 um rebocador portuário denominado de ARAD, que fazia parte de uma série de seis unidades encomendadas em 1975, pelo Estaleiro Árabe de Construção e Reparação Naval Asry, e pertenciam à classe AMORA, da Lisnave. Como se sabe, o Estaleiro Asry estava em face avançada de construção, segundo o projecto Português da Lisnave e situava-se no Golfo Arábico, no estado do Barém.

Rebocador AMORA com as cores da APL no estuário do Tejo em 1985 / imagem gentilmente enviada por Nuno Bartolomeu /.

Equipado com motor de 2.400 cavalos a 500 rotações, tinha 35 toneladas de força de tracção e estava equipado para a luta contra incêndios, combate à poluição e reboque costeiro.
O rebocador foi considerado de vanguarda no mundo. Com as características que então lhe conferiam aquela categoria entre os rebocadores de porto que naquela época eram construídos, era um produto do apuramento do projecto inicial proposto pela Lisnave aos Estaleiros Navais de São Jacinto, quando da encomenda, em 1970, da primeira unidade deste tipo.

O rebocador ARAD no dia do seu lançamento às águas da ria de Aveiro / imagem da Imprensa diária /

Na sua construção, utilizaram-se, sempre que possível, materiais e equipamentos Portugueses. Entre os primeiros, são de referir tubos, cabos eléctricos, eléctrodos de soldadura, mosaicos, madeiras, sanitários e tintas, incluindo as do costado. Entre os segundos, além do mobiliário para os alojamentos da tripulação, salientaram-se o molinete, alguns motores eléctricos, todos os quadros eléctricos e todas as válvulas.
Com este fornecimento, o Estaleiro Naval de São Jacinto introduzia esta unidade do seu fabrico no mercado internacional, o que permitiu para o parque industrial de Aveiro um novo produto de exportação, a que, por unidade, se acrescentariam 25 mil contos de trabalho Português.

Foi lançado à água em 1976, em Aveiro, o segundo dos seis rebocadores de porto encomendados, como então fora noticiado, aos Estaleiros Navais de São Jacinto, pelo Estaleiro Árabe de Construção e Reparação Naval Asry, do Estado do Barém. A encomenda total seria concluída em meados de 1977.
A nova unidade foi baptizada de EL AZIL. Tal como o ARAD, que fora a primeira daquelas seis unidades, anteriormente construída em São Jacinto, e igualmente lançada às águas da ria de Aveiro, tinha 33,26 metros de comprimento, 8,5 de boca e 3,23 de calado à ré, deslocava 211 toneladas, tinha a velocidade de 13 nós e um motor com a potência de 2.160 cavalos a 500 rotações estava equipado para a luta contra incêndios, combate à poluição e reboque costeiro.


 Dois dos seis rebocadores ainda em serviço no Estaleiro Asry, do Barém / Asry Shipyard /.

Os dois barcos, bem como os outros quatro em construção, denominados ARAD, EL AZIL, SAWAD, AL QALAA, DOKHAN e RAYYA NOON, eram considerados de vanguarda no Mundo pelas suas características que lhes conferiam aquela categoria entre os rebocadores de porto que então eram produzidos. O sexto rebocador foi construído em 1975 por sub-encomenda aos Estaleiros Parry & Son, de Cacilhas e todos eles seguiram de Aveiro para o Tejo, onde realizaram as provas de mar e só seguiram para o Barém em 1977, após terminada a construção do Estaleiro Asry.
O seu custo rondou os 32 mil contos cada um e, na sua construção, como acima foi dito, utilizaram-se, sempre que possível, materiais e equipamentos "made in Portugal".
Como curiosidade, recorde-se a propósito, que Portugal acabara de estabelecer relações diplomáticas, a nível de embaixadores, com estado do Barém que fora, por muito tempo, um protectorado Britânico e obtera a independência em 1971. A sua população era de 240 mil habitantes e a sua economia baseava-se na produção petrolífera.

O rebocador da Lisnave ALPENA sulcando as águas do Tejo na déscada de 80 / imagem gentilmente enviada por Nuno Bartolomeu /. 
Rebocador AMORA e a sua primeira tripulação em 1972 / imagem gentilmente enviada por Nuno Bartolomeu /. 

Nos rebocadores de 1.200 cavalos projectados e construídos para o ministério do Ultramar, primeiros de uma solução bimotora com uma linha de veios de passo variável, foi incorporado por sugestão dos Estaleiros Navais de São Jacinto, pela primeira vez no redutor, o sistema de comando do passo variável.
Deverá ser realçada ainda, uma série de rebocadores onde com apenas 2.200 BHP, se conseguiram 36 toneladas de tracção ao ponto fixo. Esta série, projectada pelo Estaleiro de São Jacinto a pedido da Lisnave, teria de obedecer a um baixo custo de produção e de exploração e um elevado poder de tracção, de forma a serem utilizados na manobra de docagem dos super petroleiros. Com hélice de passo fixo, a baixo número de rotações, o que obrigou a um elevado calado a ré, de forma a permitir um hélice de grande diâmetro, tubeira leme "Kort" e máquina do leme de grande eficiência com vários postos de comando, resultou que a referida série se estendesse a dezoito unidades, o que atestava bem a eficiência do projecto.
Com ligeiras alterações no que se referia a alojamentos, foram construídos oito para a Lisnave, seis para os Estaleiros do Barém, no Golfo Árabe, dois para a Soponata e dois para a Setenave. Uma série de dezoito navios atestou o contributo positivo do projectista e construtor à economia nacional.

CORROIOS, FOGUETEIRO e AMORA no estuário do Tejo em 1972 / imagem gentilmente enviada por Nuno Bartolomeu /.

Fonte: Imprensa diária, Revista de Marinha, Asry Shipyard, Nuno Bartolomeu.
Rui Amaro

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1 comentário:

Anónimo disse...

Preciso do vosso mail a fim de vos pedir orçamento para construção.CUMP