terça-feira, 25 de março de 2008

NAVIOS À VISTA (Página de Apresentação)

Lanço este Blogue com o título “NAVIOS Á VISTA” para troca de impressões sobre navios e portos, que será mais vocacionado para o porto artificial de Leixões e para a problemática barra do rio Douro e sua recente via flúvio-maritima e ainda para as artes pesqueiras e outras actividades marítimas, particularmente as relacionadas com a região norte de Portugal. Pais esse, que dizem ser de marinheiros mas, que na realidade tem perdido muito desse valor, devido às politicas de falta de incentivos para o desenvolvimento, muito especialmente da marinha mercante e das pescas, as quais, só por elas, minimizariam os elevados índices do desemprego, que graça neste cantinho das Europas, plantado à beira mar. Valha-nos os poucos empresários e seus trabalhadores, que com as maiores das dificuldades, lá vão seguindo enfrente e que pela minha parte, também, os tomo por heróis do mar.

Vapores fundeados, diante do portinho de Carreiros, aguardam piloto e maré para demandarem a barra do Douro por volta de 1930/postal ilustrado-Colecção F. Cabral.

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s) em NAVIOS Á VISTA, o que muito se agradece.

ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on NAVIOS Á VISTA, which will be very much appreciated.

domingo, 23 de março de 2008

O TELÉGRAFO MARITIMO, QUE ERA MAIS IDENTIFICADO POR "TALÉFE"

Na tentativa de melhorar o sistema de transmissão de informações sobre chegadas de navios, a Associação Comercial do Porto aprovou em 1835 uma proposta apresentada pelo sócio Edward Wild para a instalação de um Telégrafo Marítimo, posto a funcionar logo no mês de Março no castelo de S. João da Foz, de onde foi posteriormente transferido para o alto da capela de Nossa Senhora da Luz, Monte da Luz. Na torre da Sé do Porto foi colocado outro mastro onde eram repetidos os sinais vistos na Foz do Douro, permitindo assim rápida informação aos agentes dos navios chegados.

Dez anos decorridos sobre a sua instalação do Telégrafo Maritimo, a Associação Comercial do Porto adquiriu em Outubro de 1845 por 700$000 (setecentos mil reis) um terreno na Afurada de Cima para construir em Gaia um edifício com torre, uma moderna e prestável Estação Semafórica.

O Padre Manuel Romero Vila, que dedicou muita atenção ao estudo desta Estação, cujo edifício ainda existe, por se ter conseguido evitar o seu desaparecimento por ocasião das obras de urbanização e rodoviárias relacionadas e próximas da ponte da Arrábida. A construção é constituída por uma habitação onde vivia a família, cujo chefe desempenhava as funções de vigia e sinaleiro. Anexo à casa encontra-se uma torre oitavada, em cujo topo o sinaleiro expunha os sinais transmitidos da estação da Foz do Douro, com as cores da bandeira da nacionalidade dos navios que chegavam à vista de terra.

As cores eram dispostas como gomos de laranja em disco de ferro colocado no topo da torre. Pessoas colocadas no largo da Sé, cais dos Banhos ou muro da Reboleira conseguiam ver com o auxílio de óculo a imagem e apressavam-se a informar os negociantes das carga e os agentes consignatários dos navios, que acabava de chegar à barra.

O padre Romero recordava a forma incorrecta como o povo local se referia ao Telégrafo. Popularmente designado por “Taléfe”.

Mais dez anos volvidos e nova alteração se registava no sistema de comunicação com a instalação em 1853 do moderno e mais eficiente sistema telegráfico eléctrico Breguet, que entrou em actividade em 1856, enquanto serviço público do Estado só iniciou a actividade no ano seguinte. Este aparelho foi substituído em 1880 por um sistema Morse, até ao estabelecimento em 1885 de um serviço telefónico.

O sistema Morse manteve-se contudo em funcionamento talvez até ao início da década de 1960 na dependência da Associação Comercial do Porto, edifício da Bolsa, com ligação para o largo onde se situa a igreja de S. Francisco.

Rui Amaro c/ a preciosa colaboração de F. Cabral

O Farol e Estação Semafórica e Telegráfica do Monte da Luz / cerca de 1850

Cantareira - Estação Semafórica e Telegráfica, ermida de São Miguel-o-Anjo, casa da Alfandega e dos pilotos da barra, lanchas salva-vidas Porto e Visconde de Lançada, catraias dos pilotos da barra, Marégrafo e o rebocador de pás Veloz /cerca de 1900 - postal ilustrado

Estação semafórica do Alto da Afurada (Gaia) / 2000 - Foto F. Cabral